Este blog se inicia após uma derrota do Flamengo. Mais uma. Perdeu para o Palmeiras por 2 x 1 no Palestra Itália. Não vi o jogo. O problema de se viver no exílio é que estou 5 horas a frente do Brasil no fuso horário e não tenho TV por satélite e nem pretendo pagar a fortuna que a Globo cobra pelo serviço por aqui. Por isso, volto 50 anos no tempo e agora só acompanho o Flamengo pelo rádio, via internet (que ironia mais chata, hein?). Vendo pedaços do jogo espalhados em pequenos vídeos na net, é duro amargar o segundo gol do Palmeiras, com um erro feio do lateral Luizinho que entrou na partida substituindo Leonardo Moura. Pior é ter que aturar Léo Lima e Toró. Como é que um time que pensava em ir pra Tóquio tem jogadores assim no seu plantel? Parece que há uma conspiração para o Flamengo cair logo para a segunda divisão pois já se prepara com jogadores daquele nível, feito os supracitados.
Hoje, Lula anuncia o PRONASCI, ou o "PAC da segurança pública", com R$ 6, 7 bilhões em investimento até 2012. Qualquer brasileiro de boa índole diria: "vamos torcer para dar certo". O problema de se falar em política no país do futebol é essa mistura de situações. Não tem nada que torcer para dar certo. Teria que ser: "vamos exigir que dê certo". Depois de tanto tempo no poder, e diga-se, de tanto tempo apenas contemplando o fundo do poço em que a segurança pública no Brasil chegou, é o mínimo exigir ação e competência do Governo Federal para se começar a lidar com este problema. Política não é futebol em lugar nenhum do mundo mas no Brasil, as duas coisas bizarramente refletem uma à outra. É por isso que digo que escrever sobre o Flamengo é escrever sobre o Brasil. Um encarna a doença do outro, somatizando bizarramente as feridas um do outro.